Deputados do ES aprovam projeto que aumenta ICMS, veja quem votou contra
- Cenário Capixaba
- 28 de nov. de 2023
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Numa sessão extraordinária e em regime de urgência, os deputados estaduais aprovaram o projeto de lei do governo do Estado que aumenta a alíquota básica do ICMS de 17% para 19,5% na tarde desta segunda-feira (27).
A votação foi simbólica – quando não é nominal e só se manifestam os que são contrários. Dos 29 deputados presentes, 13 votaram contra. Ou seja, a base aliada venceu por apenas dois votos, uma vez que o presidente da sessão não vota. DEPUTADOS QUE VOTARAM CONTRA:
Callegari (PL)
Capitão Assumção (PL)
Danilo Bahiense (PL)
Lucas Polese (PL)
Coronel Welinton (PTB)
Alcântaro Filho (Republicanos)
Lucas Scaramussa (Podemos)
Bispo Alves (Republicanos)
Hudson Leal (Republicanos)
Camila Valadão (Psol)
Pablo Muribeca (Republicanos)
Allan Ferreira (Podemos)
Zé Preto (PL)
O projeto entrou na pauta de hoje porque o líder do governo na Assembleia, Dary Pagung (PSB), pediu regime de urgência. Ele também pediu que a sessão ordinária fosse derrubada para que o projeto fosse aprovado numa sessão extra – isso porque o regimento diz que o projeto não pode ser lido e votado na mesma sessão.
Coube ao vice-líder do governo, Tyago Hoffmann (PSB), relatar o projeto, de forma oral, nas Comissões de Justiça e Finanças. Ele justificou que a principal razão do aumento da alíquota, num estado equilibrado como o Espírito Santo, é para fazer frente às eventuais perdas que o Estado poderá sofrer com a Reforma Tributária, que ainda tramita no Congresso.
“Se a Reforma Tributária fosse aplicada hoje, o Espírito Santo perderia 30% de sua arrecadação”, disse Hoffmann. Ele também justificou que outros estados teriam iniciado a movimentação, de forma irresponsável, do aumento das alíquotas para receberem uma fatia maior do IBS – Imposto sobre Bens e Serviços que irá substituir o ICMS e o ISS. “É por isso que relato pela constitucionalidade e pela aprovação”.
Em entrevista concedida à coluna De Olho no Poder na última terça-feira (21), o secretário estadual da Fazenda, Benício Costa, disse que o Espírito Santo foi “pressionado” por outros estados que aumentaram seus impostos e se viu numa “sinuca de bico”.
“Há na Reforma Tributária um dispositivo determinando que a parte do IBS que será destinada aos estados será calculada com base na média do ICMS arrecadado entre os anos de 2024 e 2028. Isso quer dizer que os estados que arrecadarem mais entre 2024 e 2028 vão ter uma parcela maior do IBS. Alguns estados, principalmente do Norte e do Nordeste, começaram a aumentar suas alíquotas. Então, os estados do Sul e do Sudeste ficaram preocupados, porque isso tira receita da gente. Os estados maiores, Rio, São Paulo e Minas começaram, então, a pressionar para os outros aumentarem também”, explicou Benício, na semana passada.
CONTESTAÇÃO
Nos discursos, os deputados da oposição subiram o tom contra o projeto. Os deputados Callegari e Lucas Polese, os dois do PL, puxaram o coro dos insatisfeitos e disseram que a saída, para o governo do Estado, seria “cortar na carne”. Isso porque o próprio governador tinha se comprometido a não aumentar a carga tributária.
Mesmo não sendo da oposição, Camila Valadão (Psol) também discursou contra o aumento do ICMS, afirmando que foi também contra a formação do Cosud – Consórcio dos estados do Sul e Sudeste, onde o aumento da alíquota foi discutido e alinhado para ser uniforme.
Já a deputada Janete de Sá foi à tribuna defender o que chamou de remédio amargo, mas necessário para que o Estado não perca em arrecadação futuramente e discursou favorável à aprovação, citando inclusive que estados governados por líderes de direita, como São Paulo e Minas também aumentariam suas alíquotas.
O projeto agora segue para a publicação e, por conta dos princípios constitucionais de anterioridade anual e nonagesimal, deve passar a vigorar três meses após a publicação.
Fabiana Tostes | Folha Vitória

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